segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Educação na e para diversidade: Gênero e Profissões

O gênero constitui a identidade do sujeito, portanto as diferentes “instituições e práticas sociais são constituídas pelos gêneros, e também, constituintes dos gêneros (LOURO, 1997, p.8) ”.  É importante compreender que assim o gênero é construído ao longo dos anos pelos sujeitos, e não é algo que possa ser dado como inacabado. Louro (1997) ressalta a importância de não nos referirmos  o conceito de gênero à construção de papeis masculinos e femininos. Os papeis masculinos e femininos são padrões que a sociedade estabelece para os seus membros.
Diante disto, e procurando incentivar a desconstrução de padrões de gênero  no ano de 2015 realizei uma atividade com uma turma do 8º ano do Ensino Fundamental II de uma escola da rede estadual do RS.
Em um primeiro momento com a turma, conversamos sobre o conceito de gênero, e sobre como ele pode influenciar de maneira positiva ou negativa na nossa sociedade. Dialogamos a respeitos de quais características compõe determinado gênero, e se poderiam existir mais de um gênero além do “feminino e o masculino”. A turma levantou algumas situações que elas vivenciaram como, por exemplo: brinquedos de meninas vs meninos, atitudes, comportamentos, o que esperamos das pessoas do gênero feminino/masculino. Os estudantes relataram que as “coisas estão mudando”, e que temos que auxiliar nesta mudança.
     Após o dialogo, construímos um vídeo abordando as questões de gênero e profissão.
Segundo  Genro e Caregnato (s/d) a escola tem o compromisso de desenvolver atividades que gerem debates e reflexões sobre  a diversidade da sociedade, pois trabalha com a formação do individuo para o convívio social. Eu valorizo muito as práticas desenvolvidas dentro do espaço escolar, principalmente quando conta com participação da comunidade escolar, que tem como objetivo a desconstrução de estigmas, estereótipos e padrões pré-estabelecidos na sociedade. Acredito que muitos atitudes preconceituosas  poderiam ser evitadas se os estudantes tivessem conhecimento das informações, pois eu penso que a ignorância (ausência de informação) gera atitudes discriminatórias.
No dia  26/11/2017 participei de uma atividade de formação para professores sobre gênero no Planetário Professor José Baptista Pereira. A atividade foi organizada pelo projeto "Meninas na Ciência". Este projeto é desenvolvido dentro do Instituto de Física da UFRGS com o apoio do MCTI, CNPq, SPM-PR e a Petrobras. A professora Carolina Brito palestrou sobre a existência ou não de um viés de gênero para as profissões. Chamou a minha atenção que este é um assunto bem importante, porém pouco discutido nas nossas escolas. O vídeo que construímos em 2015 surgiu de um interesse dos estudantes que constantemente sofrem discriminações de gênero. Já está na hora de mudarmos isto, e está mudança só ocorrerá se fizermos este movimento de desconstrução com os pais, professores e equipe diretiva, para que assim possamos educar para e na diversidade.




segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Vídeo

     No grupos composto pela Jaqueline, Kênia, Leda, Simone e eu, nos organizamos para gravar um vídeo sobre a vida da Simone Silva. Eu já havia feito uma postagem sobre o momento da gravação e mencionei que o maior desafio seria a edição do vídeo, já que o tempo máximo era de 5 minutos, e nós tínhamos no total aproximadamente 20 min. De fato, essa foi a parte mais difícil e demorado, selecionar as partes que julgávamos serem mais relevantes. Por fim conseguimos concluir o vídeo dentro do tempo limite, e compartilho aqui abaixo o vídeo.

    Eu gostei de realizar esta atividade, pois me permitiu conhecer uma realidade do município de Esteio, mas que muito se assemelha a minha realidade na Vila Herdeiros. Uma comunidade carente, que é esquecida pelos gestores municipais. Nesta semana houve ate um ato de protesto pela manhã na Zona Leste devido a ausência de ônibus que nos leve até o centro. A linha "HERDEIROS" no momento é uma linha "alimentadora" que busca os moradores na vila e os encaminha até o terminal da Antônio de Carvalho, e deste terminal os moradores precisam pegar outro ônibus para ir até o centro. É um verdadeiro descaso com a comunidade que precisa pagar duas passagens, e perder tempo trocando de ônibus. Se fosse um bairro central, isto jamais aconteceria!  Os protestos acontecem deste junho, no inicio eles eram até vinculados nas mídias, porém este ultimo não encontrei noticias. É lamentável o descaso com as pessoas que moram em bairros de periferia. 

FOTO DE FELIPE VIEIRA Jornalista

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Reflexão sobre a dialocidade


Há estudos que indicam que o ser humano evoluiu por ser social, por apresentar a capacidade de se comunicar com os seus semelhantes, e transferir suas descobertas para futuras gerações através da oralidade ou da escrita. Paulo Freire (2000) no livro “Á sombra desta mangueira” ao escrever sobre a dialogicidade se refere a ela como uma prática fundamental para o processo de aprendizagem, e característica da natureza humana.
Paulo Freire (2000) relata sobre a importância do ser humano se reconhecer como ser consciente e inacabado. É o reconhecimento do ser humano como ser consciente e inacabado que nos move em uma busca permanente de conhecimento, nos tornando assim um ser educável.
Quanto a curiosidade Freire (2000) a descreve como um elemento fundamental na vida, pois é uma necessidade e disposição que o ser humano tem de espantar-se diante das pessoas, dos fatos e fenômenos e de tentar compreende-los. A curiosidade nos move em busca das respostas para explicar o objeto de conhecimento, sem esta curiosidade não haveria a busca constante de conhecimento, característica do ser humano. Há a curiosidade estética que está relacionada com a contemplação e admiração, assim como a curiosidade espontânea que pode vir a se tornar uma curiosidade epistemológica. A curiosidade epistemológica é que consegue transformar um conhecimento do nível senso comum em um científico. 
O autor (FREIRE, 2000) salienta a importância da curiosidade estar presente no espaço escolar, e de cuidar-se para que este espaço seja propício para construir novos conhecimentos. O local deve ter uma boa estrutura física, ambientes bem iluminados, assim como higiene adequada e decorações condizentes com temática da educação e que reflitam o trabalho desenvolvidos com estudantes. Além de recursos didáticos que possam auxiliar o educando na sua busca do conhecimento como bibliotecas com acervos atualizados, computadores, acesso à internet.

O diálogo é fundamental na construção da curiosidade epistemológica. A curiosidade está estritamente relacionada com a dialogicidade, segundo Freire (2000) ambas são indispensáveis para a conhecimento. Desta maneira, o anti-diálogo autoritário contradiz a natureza do ser humano, a construção do conhecimento e a democracia.


Referências
FREIRE, Paulo. À sombra desta mangueira. Editora Paz e Terra. 2000

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Luz, Câmera e Ação!

      Uma das atividades da interdisciplina "questões étnico-raciais na educação: sociologia e história" é a elaboração de um vídeo que trate de histórias conhecidas nas comunidades escolares e/ou entorno que envolvam as questões étnico-raciais.  Após um diálogo e troca de histórias entre o meu grupo de companheiras, optamos por retratar no vídeo a história da Simone Silva, moradora do bairro Três-Marias no município de Esteio. 
      Ontem (08/10/2017) estivemos reunidas para a gravação do vídeo, e eu pude ouvir ao vivo a história da Simone. Ela desenvolve trabalhos positivos dentro da comunidade, principalmente com as crianças, como a doação de materiais escolar e brinquedos para datas comemorativas. Além disso, ela está sempre envolvida em eventos, opinando e batalhando por melhorias em seu bairro.
     O desafio será a edição do vídeo, já que a nossa protagonista é super-comunicativa, e passamos um pouco do tempo previsto no nosso roteiro. Utilizaremos o programa edição de vídeos "Davinci resolve". Enfim, o domingo foi muito especial junto com a Jaqueline Pereira e a nossa estrela Simone da Silva! É tão bom conhecer o trabalho de pessoas que se empenham em fazer o bem ao próximo!   ❤️


Prefeitura de Esteio, por favor, vamos olhar para os bairros de maneira igualitária.

Avante!

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

O dilema do antropólogo francês e o nosso desafio

      Na interdisciplina de Filosofia foi nos apresentado o "Dilema do antropólogo francês", com objetivo de darmos continuidade ao estudo da moralidade. As profes dividiram a turma em dois grandes grupos, um grupo faria a defesa da atitude do antropólogo, e o outro a contestação. Eu penso que além de desenvolver a moralidade, também tivemos que aplicar o nosso poder de argumentação aliado de um referencial teórico consistente que nos desse respaldo.
   No meu caso atividade se apresentou como um grande desafio, pois eu fiquei no grupo que deveria contestar a atitude do antropólogo, e eu pessoalmente acho que o antropólogo agiu corretamente. Confesso que foi um grande desafio contestar uma atividade que estava de acordo.

O dilema do antropólogo francês

      
       O dilema do antropólogo francês Claude Lee, antropólogo francês, há dez anos vive numa ilha de um arquipélago na Polinésia. Sua missão é pesquisar os hábitos dos nativos que lá habitam. Os costumes dos nativos são bastante diferentes dos costumes dos franceses, mas ele tem o cuidado de não julgar o modo como estes nativos vivem, porque tal avaliação sempre seria parcial. Como poderíamos abstrair sinceramente a concepção de mundo que herdamos da nossa cultura e avaliar imparcialmente todas as culturas? O antropólogo tem ainda outro argumento: qual seria a medida pela qual julgaríamos as culturas? Existem quesitos transculturais que nos permitem avaliar toda e qualquer cultura? A reposta do antropólogo é não: toda avaliação está condicionada pelo cultura do avaliador. Assim, Claude decidiu jamais interferir no modo-de-vida dos habitantes do arquipélago. Entre os costumes destes, existe o de considerar intocável o povo da ilha X, pois seriam feitos de uma substância diferente daquela da qual os seres humanos são constituídos, de tal modo que, ao se tocar um morador da ilha X, ele se transformaria em areia e água. Num dia de temporal muito forte, um náufrago veio dar na ilha onde o antropólogo estava morando. Ele percebeu que este homem era habitante da ilha X e que estava bastante ferido, mas que poderia ser facilmente curado, desde que os nativos o cuidassem. Estes, contudo, por força de seu costume, não querem tocar no náufrago Claude Lee, após refletir sobre o assunto, decidiu continuar não intervindo nos costumes dos nativos da ilha.