quarta-feira, 4 de outubro de 2017

O dilema do antropólogo francês e o nosso desafio

      Na interdisciplina de Filosofia foi nos apresentado o "Dilema do antropólogo francês", com objetivo de darmos continuidade ao estudo da moralidade. As profes dividiram a turma em dois grandes grupos, um grupo faria a defesa da atitude do antropólogo, e o outro a contestação. Eu penso que além de desenvolver a moralidade, também tivemos que aplicar o nosso poder de argumentação aliado de um referencial teórico consistente que nos desse respaldo.
   No meu caso atividade se apresentou como um grande desafio, pois eu fiquei no grupo que deveria contestar a atitude do antropólogo, e eu pessoalmente acho que o antropólogo agiu corretamente. Confesso que foi um grande desafio contestar uma atividade que estava de acordo.

O dilema do antropólogo francês

      
       O dilema do antropólogo francês Claude Lee, antropólogo francês, há dez anos vive numa ilha de um arquipélago na Polinésia. Sua missão é pesquisar os hábitos dos nativos que lá habitam. Os costumes dos nativos são bastante diferentes dos costumes dos franceses, mas ele tem o cuidado de não julgar o modo como estes nativos vivem, porque tal avaliação sempre seria parcial. Como poderíamos abstrair sinceramente a concepção de mundo que herdamos da nossa cultura e avaliar imparcialmente todas as culturas? O antropólogo tem ainda outro argumento: qual seria a medida pela qual julgaríamos as culturas? Existem quesitos transculturais que nos permitem avaliar toda e qualquer cultura? A reposta do antropólogo é não: toda avaliação está condicionada pelo cultura do avaliador. Assim, Claude decidiu jamais interferir no modo-de-vida dos habitantes do arquipélago. Entre os costumes destes, existe o de considerar intocável o povo da ilha X, pois seriam feitos de uma substância diferente daquela da qual os seres humanos são constituídos, de tal modo que, ao se tocar um morador da ilha X, ele se transformaria em areia e água. Num dia de temporal muito forte, um náufrago veio dar na ilha onde o antropólogo estava morando. Ele percebeu que este homem era habitante da ilha X e que estava bastante ferido, mas que poderia ser facilmente curado, desde que os nativos o cuidassem. Estes, contudo, por força de seu costume, não querem tocar no náufrago Claude Lee, após refletir sobre o assunto, decidiu continuar não intervindo nos costumes dos nativos da ilha. 

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