Diante de alguns imprevisto, optei por realizar um levantamento não-oficial com uma turma de oitavo ano. Elaborei uma ficha solicitando idade, sexo e grupo étnico-racial. A turma é composta por 28 alunos matriculados, 20 alunos frequentes, porém no dia em que eu realizei a atividade estavam presentes 18 estudantes.
O gráfico 1 demonstra a composição da turma por sexo feminino e masculino, nota-se que a turma é composta em sua maioria por meninos. Esta é uma característica que se repete em todas as turmas do ensino fundamental em minha escola. Segundo relato das estudantes é difícil para elas manter a rotina de estudo, pois possuem a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais novos, trabalho, e outros interesses extraescolares.
No gráfico 2 reflete a composição da turma por faixa etária, e um problema que precisa ser solucionado: a distorção idade-serie. Os estudantes no 8 ano deveriam ter idade entre 13 e 14 anos. Contudo, o número de reprovação em escolas públicas de periferia é significativo, isto acaba gerando uma desmotivação e falta de interessa nos estudos por parte dos estudantes que precisam passar mais tempo do que o previsto no ensino fundamental.
O gráfico 3 demonstra a composição da turma por cor-raça a partir da autodeclaração. Embora eu prefira a nomenclatura “grupos étnico-raciais” optei por utilizar no formulário o nome cor/raça, por este ser utilizado nas fichas do censo e por acreditar que eles estariam mais familiarizados com este termo. Ao analisar os dados do gráfico 3 conclui-se que a diferença entre os adolescentes que se autodeclaram negros e brancos é pouca. Apenas um estudante optou por não se declarar a pertencer nenhum grupo.
O censo de 2010 (IBGE,2010)¬ da população brasileira demonstrou que a composição brasileira é em sua maioria não é composta de brancos. Os indivíduos autodeclarados brancos são 47,7%, pretos 7,6%, pardos 43,1%, amarela 1,1% e indígena 0,4%. Desta maneira, ao somarmos pardos com pretos temos um total de 50,7% da população. Na atividade realizada em sala de aula, observa-se que os estudantes apresentaram uma postura de “binarismo”, ou seja, ou o individuo é branco ou negro. Esta é uma característica que difere das realidades do censo, onde a opção parda “é vista como um ‘coringa’ que abriga todos os indivíduos resultantes das misturas no caldo das três raças” (SENKEVICS; MACHADO; OLIVEIRA, 2016).
Referências Bibliográficas:
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e estatística. Disponível em < https://censo2010.ibge.gov.br/resultados.html>
SENKEVICS, Adriano Souza; MACHADO, Taís de Sant’Anna; OLIVEIRA, Adolfo Samuel. A cor ou raça nas estatísticas educacionais: uma análise dos instrumentos de pesquisa do Inep. Brasília – DF. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 2016