quarta-feira, 27 de setembro de 2017

(Re)Conhecendo a inclusão na escola em que leciono...


O termo Necessidades Educacionais Especiais de acordo com a Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994, p.3) refere-se a “a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem”. Segundo o Art. 27 da  Lei n.  n. 13.146 de julho de 2015, “ a educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados o sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem”.
 São  considerados objetivos da Política Nacional de Educação Especial na Persceptiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008): transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior; atendimento educacional especializado; continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; participação da família e da comunidade; acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes,na comunicação e informação; e Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

Dentre estes itens faço destaque para o Atendimento Educacional Especializado (AEE). Na rede publica estadual ele é realizado por professores especialistas na sala de recursos da própria escola, ou em outra instituição de ensino regular  no turno inverso da escola.   Os professores do AEE identificam, elaboram e organizam recursos pedagógicos e de acessibilidade para a construção do conhecimento dos estudantes, considerando as suas necessidades específicas. Na escola em que eu leciono, podemos contar com o apoio do AEE para os nossos estudantes.


Sala de Recursos- Atendimento Educacional Especializado (AEE) – Escola Estadual de                  Ensino Fundamental Prof. Sylvio Torres
Professora responsável: Ana Claudia Côrrea
           Formação: Pedagoga com especialização em Psicopedagogia e Pedagogia Especial em Altas              Habilidades
Ana contou-me que a sala AEE na escola existe há 13 anos, e que no momento ela atende 39 estudantes dos anos iniciais, e 8 dos anos finais do ensino fundamental. Os estudantes apresentam as mais diversas deficiências entre elas: auditiva, visual, intelectual e alguns com múltiplas deficiências. Há também alunos com altas habilidades.
A professora Ana Claudia utiliza variados recursos didáticos para potencializar a aprendizagem dos estudantes, como por exemplo, recursos midiáticos (televisão e computador), jogos pedagógicos, tintas, e materiais recicláveis (revistas, retalhos de tecidos, fitas entre outros). A professora lamenta profundamente a falta de recursos financeiros do estado, pois a ausência destes materiais dificulta o seu trabalho. Comenta que em diversos momentos ela mesma adquire materiais para desenvolver o seu trabalho com as crianças.
            Quando a questionei sobre a inclusão na nossa escola, Ana respondeu que: “Eu acredito que atualmente nenhuma escola é totalmente inclusiva, porque uma escola inclusiva verdadeiramente é aquela em que o aluno é inserido no seu processo de aprendizagem, e não quando o aluno fica em um canto fingindo que aprende e o professor fingindo que ensina. Há falhas neste modelo de inclusão”. Para tentar solucionar este problema segundo a Ana Claudia é necessário o trabalho em conjunto da sala de AEE e o professor regente da classe.  A professora frisou que “Se não ocorre a inclusão, ocorrerá a evasão”.

            Nosso diálogo foi interessante para conhecer com mais detalhes o trabalho desenvolvido pela minha colega na nossa escola , mas o ponto que achei mais significativo foi esta relação sobre a inclusão e evasão.  No parágrafo único do Art. 27 da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) há seguinte afirmação “É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.” Portanto, é nosso papel como educadores auxiliar na inclusão dos nossos estudantes com necessidades educacionais especiais, garantindo a eles que a sala de aula seja um ambiente saudável e sem de discriminações.
A educação é direito de todos, e acredito que todo estudante é capaz de aprender, aliás, cada estudante apresenta um processo de aprendizagem singular, com pessoas com necessidades especiais educacionais não seria diferente. Corroborando com esta ideia a  Declaração de Salamanca (BRASIL,1994, p.5) afirma que escolas inclusivas devem “reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos,  acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade à todos através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e parceira com as comunidades”. Contudo, penso que é essencial investimento nas escolas para aquisição de recursos materiais para se desenvolver atividades diferenciadas com os estudantes, além de formação permanente de qualidade para os professores.


Referências Bibliográficas:

BRASIL. Declaração de salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: unesco, 1994.

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015.
Institui a lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência (estatuto da pessoa com deficiência).

BRASIL. Ministério da educação. Secretaria de educação continuada, alfabetização, diversidade e inclusão (secadi). Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva

SECRETÁRIA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Disponível em: http://www.educacao.rs.gov.br/educacao-escpecial

Um agradecimento especial a Profª Ana Claudia que cedeu um pouquinho do seu tempo e da sua sabedoria para que fosse possível a realização deste trabalho!

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

   Na interdisciplina de Filosofia assistimos este vídeo da a Marcia Tiburi:



     De acordo com a fala da Marcia a Ética diz “respeito ao modo como convivemos uns com os outros”, eu penso que a maneira como nos relacionamos com o próximo está associado com a aisthesis. Aisthesis significa sensação, sensibilidade, percepção pelos sentidos ou conhecimento sensível-sensorial (Herman, 2008, p.4). Para Herman (2008, p. 10) “sem o papel da emoção e da sensibilidade poderíamos não nos afetar pelos casos concretos de desrespeito ao ser humano”. Acredito que como educadores estamos em uma posição privilegiada na construção de uma sociedade ética, pois estamos em contato direito com crianças, jovens e adultos. Participamos da sua formação escolar, e também podemos interferir positivamente na construção de cidadãos corretos, críticos, solidários, éticos e empáticos com o próximo, através de nossas práticas pedagógicas dentro da sala de aula e servindo de exemplo vivo.

Complemento a reflexão sobre Ética e Escola com este vídeo do Mário Sérgio Cortella, onde ele é questionado se é possível preservar a ética nos dias de hoje. Ele afirma que "Claro, é hoje que precisamos, pois é hoje que nós vivemos" 

domingo, 10 de setembro de 2017

Tecnologia, aprendizagem construtivista e o sujeito crítico

Após assistir o vídeo do Leandro Karnal e realizar a leitura dos textos faço a seguinte análise: Concordo com Karnal quando ele afirma que a sociedade evolui a partir de determinadas transformações, acredito que a realidade virtual tem sobreposto em alguns momentos a real, mas uma não é melhor qual outra.  Eu penso que a tecnologia está a nossa disposição para facilitar a nossa vida, e até maneira como nos relacionamos e aprendemos (ensino a distância). No inicio do vídeo menciona-se uma preocupação que posicionamento informativo esteja sobrepondo o posicionamento reflexivo. Em determinados momentos eu penso que sim, percebo que isso é muito comum nas redes sociais, as pessoas normalmente “compartilham”  textos/vídeos sem nem ao menos ler, e muito menos fazer uma análise crítica. De acordo com Huhne (s/d, p. 15) a leitura é um ato de concentração que exige distanciamento e reflexão. É realizado a partir dos “procedimentos lógicos de análise, síntese, interpretação e juízo crítico. Portanto, acredito que é necessário ensinar a ler criticamente nas escolas, o modelo epidemiológicos pautado no empirismo não ensinam isso, pois eles têm como objetivo apenas a reprodução e transmissão de informações. É preciso eliminar este  modelo dos bancos escolares, e trazer o modelo construtivista que visa aprendizagem autônoma e crítica dos estudantes. 
Fonte da imagem: https://pt.slideshare.net/cplp/cplp-modelos-de-aprendizagem

O impacto das redes sociais na vida das pessoas – Leandro Karnal no Ponto a Ponto



Referências:
 CHAUÍ, Marilena. Trabalho da crítica do pensamento. _____.
HÜHNE, Leda M. O ato de estudar. _____.

 O impacto das redes sociais na vida das pessoas – Leandro Karnal no Ponto a Ponto. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=17&v=crlhoz7IVeY

domingo, 3 de setembro de 2017

Educação Pública do RS

Utilizarei este espaço para deixar registrado os ataques do governador do nosso estado, José Ivo Sartori (PMDB), com a educação. Neste mês (setembro) após o trabalho integral e dedicação de toda a categoria do magistério tivemos creditados em nossas contas o "salário" do mês no valor de R$ 350,00Estamos há 21 meses recebendo parcelado, desta vez o nosso (des)governador zomba da nossa cara nos pagando a menor taxa até o momento. Se não lutarmos no próximo mês receberemos menos ou talvez nem receberemos nada! Isso sem mencionar a imprudência com as escolas públicas, merenda escolar, e falta de investimento em formações e capacitações de qualidade para os professores.
Vamos reagir colegas educadores!


(Carta Capital)