segunda-feira, 4 de junho de 2018

       Gostaria de compartilhar um breve relato sobre o ano que fui convidada a acompanhar uma turma composta por crianças de 1 ano e 4 meses a 2 anos. Nesse ano enfrentei diversos desafios com relação à comunicação, pois não estava acostumada a trabalhar com bebês. 
         A turma dos bebês era constituída por 10 crianças onde apenas uma possuía uma linguagem mais desenvolvida, o restante da turma apenas balbuciava algumas silabas. Após a superação dos obstáculos, no findar do ano letivo, era possível notar um avanço considerável na turma a respeito da linguagem. Essa turma também realizava as mesmas atividades descritas acima, contudo a maior evolução perceptível foi com relação a “roda”. No início do ano, as crianças não sentavam na roda, e pouco interagia com os colegas e as professoras, porém a partir do segundo semestre foi possível perceber que a roda já fazia sentido para eles. A “recontação” de histórias (eles próprios contarem as as histórias dentro dos seus limites) só foi possível nos últimos meses do ano.
Para Vygostky a linguagem e o pensamento são funções superiores do homem que se desenvolvem na sua relação com o meio sociocultural, sendo essa relação mediada por signos. Os signos e os sistemas de signos têm origem social e foram elaborados ao longa da história da sociedade. Na opinião de Jean Piaget os fatores sociais e culturais são aqueles que promovem o desenvolvimento do pensamento e da linguagem. Corroborando com suas ideias, Vygostsky afirma que “o crescimento intelectual da criança depende de seu domínio dos meios sociais, isto é, da linguagem” (VYGOTSKY, 1991, p. 44 apud MONTOYA, 2006). Portanto, a partir das ideias destes estudiosos do desenvolvimento da linguagem nota-se a importância do fator social para o progresso da linguagem. Sendo assim, as atividades descritas acima, roda, leitura estimulam o desenvolvimento da linguagem e a troca em seus pares e também entre os professores. 



Referências:

MONTOYA, Adrián Oscar Dongo. Pensamento e linguagem: percursos piagetianos de investigação. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n.1, p.119-127. Jan./Abr. 2006.
VÍDEOS disponibilizados na interdisciplinar de “Linguagem  e Educação”

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