segunda-feira, 30 de abril de 2018

Inovação Pedagógica

      A  busca pela inovação pedagógica não é um processo trivial, pois requer uma ruptura que permita reconfigurar o conhecimento além  das regularidades propostas, significa romper com o pragmatismo, ou seja, romper com o que está pré-estabelecido porque é prático, usual e já se tornou costumeiro. Porém, não é romper definitivamente com o passado, mas sim olhar o passado com “novos olhares” (CUNHA, 2004).

     Paulo Freire (2002 ) em a pedagogia da autonomia explica que ensinar exige risco, aceitação do novo e a rejeição de qualquer forma de discriminação. Existe em nosso meio pedagógico a discriminação temporal ou cronológica, segundo Freire (2002) a  “aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico. O velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca uma presença no tempo continua novo (FREIRE, 2002)”. 

    Inovação pedagógica é a inclusão de novidades. Esse é um processo humano, resultado da ação humana sobre o ambiente social, e exige a reconfiguração do saber. Contudo, como já afirmado, esse não é um processo fácil, pois esbarramos em alguns obstáculos como a burocracia, disponibilidade de tempo, interesse e a própria formação de professores. As inovações pedagógicas não está relacionadas somente a tecnologias, mas sim com a ação docente em sala de aula. É necessário não só acrescentar novas tecnologias, mas também modificar os modelos pedagógicos!  
    Já há algumas aulas temos conversado sobre a inserção da tecnologia nas salas de aula e como influenciou e ainda influencia na desconstrução de modelo tradicional de aprendizagem. Hoje, por exemplo, os nossos alunos estão em sala de aula com smartphone que tem acesso a internet e uma quantidade infinita de informações. Portanto, não podemos reduzir o nosso papel apenas "transmissor" de informações, pois eles já tem acesso a elas na palma de suas mãos. 






Referência:

CUNHA,   Maria   Isabel   da. Inovações pedagógicas e a reconfiguração de saberes no ensinar e no aprender na universidade. VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. Centro de Estudos Sociais, Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra, Portugal, 16 a 18 de setembro de 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 2002

O que o Jovem gosta de ler?

Recentemente participei de um Seminário que contou com a presença da Regina (verificar grafia do sobrenome). Ela apresentou algumas informações sobre o hábito de ler nos jovens. Compartilho abaixo algumas ideias que consegui captar da sua fala:


  • O livro Juvenil tem criar um elo de ligação com o leitor jovem, portanto a história tem que proporcionar uma identificação no jovem.
  • Existem escritos que escrevem somente para o público jovem, e dessa maneira são reconhecidos por esse grupo. Exemplos: Thalita Rebouças e Kéfera
  • Existem autores que iniciaram suas carreiras na Web, e após publicaram livros, atraindo assim os jovens que são frequentadores da Web para o "mundo dos livros". Exemplo: Kéfera e Felipe Neto
  • Normalmente esses autores não ganham prêmios grandiosos, pois os críticos da literatura não são dessa faixa etária, e portanto não avaliam esses livros. Contudo, às vezes esses livros são justamente os mais vendidos nas livraria.
  • Existe um fenômeno que faz que um(a) publique um livro, mas se esse não publicar livros em sequência tão bons quanto os primeiros, ele acaba caindo no esquecimento. O pública modifica-se com o passar dos anos, e a próxima geração não necessariamente "compra essa ideia. Exemplo: Stephenie Meyer e Philip Pullman.
  • Os autores que não conseguem publicar novos livros, tendem a ficar "reciclando" os antigos livros. Exemplo: Harry Potter.
  • Os gêneros que os jovens mais gostam de ler são crônicas (exemplo Thalita Rebouças), romance adolescente/jovem que pode possui algumas características de fantasia, conto de fadas, e o fantástico ( exemplo Harry Potter, Parcy Jackson).
  • As editoras traçam um perfil para esses jovens
  • Há estratégia para não revolver totalmente história, gerando assim sequências.
  • Existe uma ascensão das personagens femininas nos livros, atualmente elas são vistas como heroínas, empoderadas, determinadas, inteligentes e líderes. 

domingo, 1 de abril de 2018

Linha História da Educação de Jovens e Adultos (EJA)

A interdisciplina "Educação de Jovens e Adultos no Brasil"  solicitou que construíssemos uma linha do tempo da história da EJA . Inspirada pela linha do tempo realizada na interdisciplina de "Educação e Tecnologias da Comunicação e Informação" consultei com o meu grupo sobre o que elas achavam de utilizarmos outras ferramentas. Feito as combinações, eu parti em busca de ferramentas e websites para a construção da "Linha do Tempo", encontrei algumas, mas a que achei mais fácil de manusear é a do TIMEGRAPHICS.

A partir da construção da linha histórica compreendi que educação de Jovens e Adultos sempre foi um desafio para o nosso país, quando em  1958 até 1964 demonstrava-se avanços, o processo foi estagnado e regredido pelo Golpe Militar. "O Golpe Militar de 1964 produziu uma ruptura política em função da qual os movimentos de educação e cultura populares foram reprimidos, seus dirigentes, perseguidos, seus ideais, censurados. O Programa Nacional de Alfabetização foi interrompido e desmantelado, seus dirigentes, presos e os materiais apreendidos." (HADDAD; DI PIERRO, 2000, p. 113 apud VIEGAS; MORAES, 2017). 

Estudar história é importante, principalmente para não cometermos os mesmos erros!




Timeline

Referências:

FRIEDRICH, Márcia et al . Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. Ensaio: aval.pol.públ.Educ.,  Rio de Janeiro ,  v. 18, n. 67, p. 389-410,  June  2010 .

VIEGAS, Ana Cristina Coutinho. MORAES, Maria Cecília Sousa. Um convite ao retorno: relevâncias no histórico da EJA no Brasil. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação. v. 12, n. 01, jan-mar (2017)

A Escola Ideal

No encontro presencial da  interdisciplina "Didática, Planejamento e Avaliação" , ministrada pela professora Simone Bicca, fizemos uma atividade a partir de uma história onde extraterrestres nos convidavam para ir em seus planetas e montar uma escola a partir das nossas ideologias. Eu considerei a atividade interessante, e realizei a mesma proposta com os meus alunos do 8º ano do Ensino Fundamental  da Rede Estadual de Educação.  A atividade foi realizada em grupos onde eles dispunham de alguns materiais para construir a escola ideal como folha de ofício, papel cartaz, canetas hidrocor, lápis e régua. Expliquei que eles deveriam pensar na estrutura física, nas disciplinas, regras e valores que a escola deveria adotar. Compartilho com vocês dois resultados:

GRUPO 1: ESCOLA STELAR
Este grupo deu andamento a história lida antes da atividade que propunha a construção de uma escola em outro planeta, portanto, construíram a escola no Planeta Tamaran, com muita criatividade criaram um endereço e coordenadas.  O grupo optou por uma escola com funcionamento nos três turnos.  De acordo com o grupo, a modalidade de ensino seria a partir de matérias/disciplinas : matemática, química, física e ciências. Os estudantes da escola Stelar poderiam optar pela realização de oficinas de música, informática culinária, robótica e mecânica. O ensino de linguagens contaria com as opções de Tamarãriano (língua oficial do planeta), inglês, português. coreano e Japonês. Acredito que a opção pela língua coreana e japonesa se deu devido ao fato que esse grupo de estudantes tem forte ligação com a cultura oriental, gostam de assistir animes, ler mangás e séries coreanas.

As "regras" da escola seriam: 
"usar roupas apropriadas;
 não desrespeitar os professores;
 é inaceitável o bullying;
 não pode faltar as aulas;
é permitido usar o celular, mas com moderação."


Esta imagem ao lado demonstra a faixada da escola. Nota-se que há um observatório astronômico na escola.


































O grupo representou detalhadamente a estrutura inteira da escola Stelar com  "sala de química", "sala de informática", "depósito", "banheiro feminino/masculino", "cozinha", "sala dos professores", "diretoria", "vestiário", "deposito" e uma "creche". 



 Na imagem abaixo é possível observar o/a: "planetário", "sala de linguagens", "biblioteca", "sala de telestransporte", "refeitório" e uma "sala comum".


 A área externa seria composta por: "armazém", "cúpula da horta", "sala de realidade virtual", "quadra de futebol e basquete", "sala do observatório astronômico" e "pista de corrida"



GRUPO 2: "E.E.E.F SANVILAS"

Este grupo optou por uma representação mais simples de uma escola ideal. De acordo com eles, a escola ideal seria composta de "quadra de futebol/utilizada para correr também", "quadra de volei", "quadra de karatê", "sala de professores", "secretaria", e "sala de computadores. Este trabalho chamou a minha atenção, pois as cadeiras estão dispostas em fileiras (algo que não acontece na sala real dos estudantes), e há um horário com a disciplinas que serão estudadas durante a semana. Quando perguntei ao grupo o porquê de existir "períodos vagos" e a ausência da disciplina de português. Ele respondeu " Ah, os professores sempre faltam, eles não são de ferro e ficam doentes. E português não tem porque não é importante".

A escola em que leciono, como a maior parte da escolas da rede estadual, sofre constantemente com a falta de professores. Hoje iniciamos o mês de abril e eles ainda não tiveram uma aula única de português.


A partir desta atividade realizada com a turma é possível observar que alguns grupos optaram por realizar escolas com características "interplanetárias", e outros com características mais "terráqueas". Contudo, ambas possuem em sua maioria atributos que podemos encontrar em escolas existentes, como bibliotecas, laboratório de informática, quadra de esporte, horta e sala temáticas. Entretanto, há também particularidades fortemente ligadas com a tecnologia, por exemplo, a sala de realidade virtual, observatório astronômico e planetário.
A totalidade dos desenhos realizados pela turma reflete a realidade da escola brasileira: ausência de professores, sucateamento com a escola pública. Recursos e estruturas básicas, como um laboratório de informática, biblioteca e quadra de esportes entram para a lista de "desejos", pois não fazem parte da escola pública real.