domingo, 3 de fevereiro de 2019

Alimentos e questões étnico-raciais

       Ao rever essa minha postagem pude encontrar uma coletânea de filmes que trazem como protagonista um@ personagem negr@, e algumas dicas de livros também. Frequentemente temos a tendência de trabalhar com maior enfase essa temática dentro do mês de novembro, mesmo sabendo que essa deveria ser desenvolvida no decorrer do ano letivo. Nesse ano em eu trabalhei  com alimentos, e toda a sua bagagem cutura e histórica. 
Foi na aula de culinária onde foram preparados dois pratos da cultura afro-brasileira: cuscuz doce e mondongo. Nesse contexto, o alimento é considerado um elemento histórico:

O alimento constitui uma categoria histórica, pois os padrões de permanência e mudanças dos hábitos e práticas alimentares têm referências na própria dinâmica social. Os alimentos não são somente alimentos. Alimentar-se é um ato nutricional, comer é um ato social, pois constitui atitudes ligadas aos usos, costumes, protocolos, condutas e situações. Nenhum alimento que entra em nossas bocas é neutro. A historicidade da sensibilidade gastronômica explica e é explicada pelas manifestações culturais e sociais como espelho de uma época e que marcaram uma época (SANTOS, 2005, p. 12-13).

        Desta maneira ao preparar esses pratos foi possível estudar um pouco sobre os povos africanos que foram trazidos ao Brasil no período da escravidão. Pensar nos ingredientes que compõe o mondongo e relacioná-los com o descaso dos padrões que entregavam os miúdos os negros escravizados, e que estes quase que um processo milagroso conseguiam transformá-lo em prato bem temperado e gostoso.     
                                         
SANTOS, Carlos Roberto Antunes. A alimentação e seu lugar na história: os tempos da memória gustativa. História: questões & debates, v. 42, n. 1, 2005.                                             

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