Durante a leitura do texto da
Ligia Amaral fiz algumas pausas para refletir sobre situações que ocorrem dentro das nas nossas escolas. Coincidentemente durante o semestre realizei a atividade no Seminário
Integrador sobre preconceitos e esterótipos, algumas conclusões que cheguei vem
de encontro com as ideias da autora.
Por exemplo que os estereótipos
geram preconceitos, pois há um desconhecimento real do outro
(Silvia, 2005, p. 24). Infelizmente percebo que nós professores, às
vezes inconscientemente, propagamos alguns mitos em decorrência da
ausência de conhecimento. Não há formações dentro da escola para
nos preparar para lidar com a diversidade. Quando recebemos um aluno
com necessidades especiais temos que correr atrás para incluí-lo
nas nossas aulas. Aprendemos de maneira autônoma através de
pesquisas na internet e livros.
Se o
estudante apresenta um laudo, é difícil não tentar enquadra-lo em
um estereótipo, por exemplo, se o aluno é autista sabemos que ele
terá dificuldade de interagir com outros estudantes, apresentará
movimento repetitivos, em determinadas áreas terá baixo desempenho,
e em outras altíssimo. Acredito que estes mitos e estigmas surgem não de maneira
intencional, mas sim pela falta de conhecimento. Portanto, penso que
além das disciplinas na graduação em licenciatura, deveria haver
uma formação permanente para professores que abordasse esta
temática.
Quanto aos
mecanismos de defesa, achei interessante aplicação deles na relação
com pessoas com deficiências (físicas ou sensoriais). Já havíamos
estudado os mecanismo de defesa na interdisciplina de psicologia ao
estudarmos Freud, e na época não havia concebido esta relação. Ao
analisar as minhas experiências em sala de aula com estudantes que
necessitaram de atendimento especial, percebo que já expressei
mecanismos de compensação, atenuação e simulação. Portanto,
assim como o avestruz eu já enfiei a minha cabeça na areia em
momentos em que não conseguia lidar com a realidade que estava
exposta em minha sala de aula.
Eu percebo
que a inclusão efetiva dentro das nossas escolas públicas é um
caminho longo, mas já iniciamos esta caminhada. Contudo, é
necessário que as escolas estejam adaptadas fisicamente para receber
os alunos com diferentes necessidades. O ideal seria que a cidade
como um todo fosse adaptada, contudo já é quase um missão
impossível encontrar ônibus com rampas para cadeirantes, portanto
iniciemos pelo primeiro espaço de formação e interação social
que eles frequentarão. Já mencionei anteriormente, mas frisarei
novamente: tão ou mais importante que cidades e escolas adaptadas é
necessário a formação para inclusão, é preciso que o corpo
docente, a equipe pedagógica, a auxiliar de limpeza e a merendeira
saibam se relacionar e com um estudante que necessita educação
especiais. Somente com a informação e o conhecimento é que seremos
capazes de romper com os estereótipos e estigmas e saberemos
respeitar e valorizar “os crocodilos”.
Referência Bibliográfica:
AMARAL, Ligia Assumpção. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e a sua superação. in Diferenças e preconceitos na escola: alternativas teóricas e práticas. Coord. Julio Groppa Aquino. São Paulo: Summus, 1998.